domingo, 11 de dezembro de 2011

LIVRAMENTO MOSTRA SEUS POETAS


Livramento apresenta a herdeira de Rogaciano Leite, Thyelle Dias Leite Maranhão, jovem de dezesseis anos, aparece no senário poético brasileiro como uma promessa da boa poesia.











Me encontro num vão sem firmamento/
prisioneira dos desamores presos/
escolhendo os caroços dos desprezos/
e quarando uma dor no pensamento/
neste breve instante do momento/
eu me acho um ser sem estaturas/
minha alma perdeu as esculturas/
deste corpo que vaga tão perdido/
o silêncio da noite é quem tem sido/
testemunha das minhas amarguras.

Rogo em prece aos santos curadores/
ajoelho-me aos pés do coração/
não querendo prestar-lhe devoção/
mas tentando apagar as minhas dores/
lua a dentro degusto os dissabores/
que o pranto me dá como mistura/
se chorar é o remédio para a cura/
o problema está mais que resolvido/
o silêncio da noite é quem tem sido/
testemunha das minhas amarguras.

No avesso do eu pressinto o calo/
que encarna na carne do meu peito/
e nos traços do rosto já desfeito/
todos veem aquilo que não falo/
ando aos tombos de abalo em abalo/
nessa estrada é o tempo quem fatura/
vai pisando meu corpo à ferraduras/
sem ouvir o clamor do meu gemido/
o silêncio da noite é quem tem sido/
testemunha das minhas amarguras.

De andor em andor segue meu ser/
carregado por mão que o blasfema/
e no corpo uma imagem que se crema/
vai virando um pó a fenecer/
a cor d'ouro da pele a se perder/
escurece o reflexo da figura/
o cabelo perdendo a tintura/
denuncia um cadáver travestido/
o silêncio da noite é quem tem sido/
testemunha das minhas amarguras

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