O Museu do Homem do Cariri Agostinho Patrício de Araújo, participa da Bienal Internacional do Livro em Recife-PE, estão sendo expostas cerca de 15 peças no espaço “lá no meu Sertão”, cujas peças tiveram grande uso pelo povo do Cariri. Também ganha um novo visual, com jardim tipicamente sertanejo, mostrando cactos e plantas como símbolo da resistência do povo bravo e trabalhador daquela região.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
TABIRA EM FESTA (festa do poeta Zé Macolino)
Em Tabira na festa do poeta Zé Marcolino, foi realmente um shou de poetas, artistas e cantores. O povo assistiu e participou durante a sexta-feira com a mesa de glosa onde teve apresentação de poetisas da região e dezesseis poeta glosando cento e sessenta motes de improviso. No sábado caminhada poética, poesias pessoais no cajueiro bar . A noite iniciou com a missa do poeta celebrada pelo Padre Luizinho de São José do Egito, que também foi celebrada em versos. Após a missa, shou com os artistas Maria da Paz, Irah Caldeira, Paulo Matricó, Sevi Nascimento, As Severinas (foto acima), apresentações de duplas de repentistas e diversos poetas da região.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
TABIRA MISSA DO POETA (Rômulo Nunes)

Escalei a Borborema
Sai abrindo caminho.
Quando cheguei a brejinho
Fiquei num grande dilema!
Quis ouvir um bom poema
Senti na mente a porfia,
Mas usei sabedoria
Quando passei pela ponte.
Tabira é dona da fonte
Tem poeta e poesia.
Quando cheguei à tabira,
Que tem medida famosa
Estavam fazendo glosa,
Senti que cravei na mira.
Não deixei cair a pira
Mesmo com toda agonia
Fiz versos com harmonia
Metrificando de monte.
Tabira é dona da fonte
Tem poeta e poesia.
Eu que sai do Carneiro
Para a missa do poeta
Porque era a minha meta
Abraçar Dedé Monteiro.
Já encontrei no terreiro
Esbanjando a simpatia
Levou-me para a portaria
Demarcou meu horizonte.
Tabira é dona da fonte
Tem poeta e poesia.
O grande Dedé Monteiro
Que é filho de Tabira,
Forte como a macambira.
Um poeta verdadeiro.
Devia ser de Monteiro
Ou daquela freguesia
Que Pinto feliz dizia!
De nós tu sois o arconte.
Tabira é dona da fonte
Tem poeta e poesia.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
AUDIÊNCIA (Por Rômulo Nunes)
Após três tentativas para fazer minha audiência na JT, o Banco procastinando para levar na barriga, fiz este verso com o que estava sentindo.
Senhor Juiz vim aqui
pedir a Vossa Excelência!
pra não deixar de fazer
hoje a minha audiência,
ela está ficando antiga
e eu não sou rapariga
pra ter tanta paciência.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
PRATA (Com Rômulo Nunes e Pedro Nunes)

Na Prata todo seu filho,
Tem um perfil bem fiel
Pois o prefeito Marcel!
Aprumou ela no trilho.
A Prata tem muito brilho
Tem um valor mais de cem,
As outras estão muito aquém,
Já foi registrado em ata.
Não troco as prata da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Na Paraíba do Norte,
Um lugar especial,
Um dia foi um curral
Com boiadas para corte,
Vaqueiros tirando sorte
Findavam entrando também
No rol dos homens que têm
Dinheiro e vida sensata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Vou lembrar a vida inteira
Os balões de Mariano,
As noites de fim de ano,
As festas da padroeira,
As tarde de fim de feira,
Igual a Rômulo também,
Eu tenho e Zelito tem
Uma saudade que mata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
No fim da rua o Cruzeiro
Vigiando o povoado,
Um vapor velho fechado,
Histórias de cangaceiro,
Meu herói era o vaqueiro,
Narrativas do além
Me atraíam também,
A cantoria, uma sonata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Cresci ouvindo os cantares
Do poeta Marcolino,
Serrote Agudo era um hino
Pra ser cantado em altares,
Nas cantorias e nos bares,
Às vezes Pinto também
Com humor e com desdém
Chegava sem marcar data,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
As histórias de Quelé
Que brigou com Lampião
Corriam pelo Sertão,
Monteiro, Amparo, Sumé,
Eu não arredava o pé,
Contadas não sei por quem,
Escutei pra mais de cem
Versões de briga e bravata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Os folhetos de cordel
Narravam muitas contendas
Leandro, o melhor de vendas,
Ia do inferno ao céu
Chagas Batista fiel
Escrevia contra quem
Tirasse a vida de alguém
De sandália ou de gravata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Nas caatingas do Sertão
Xique-xique e caroá,
Mandacaru, sabiá,
Pau-serrote e pau-caixão,
Tem urtiga cansanção,
Cuja folhagem contém
Veneno que não faz bem,
Que dá coceira e maltrata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.
Ouro é metal perigoso
Que cega, mata e seduz,
Engana porque reluz
E atrai o vaidoso,
Metal puro, não ferroso,
Melhor mesmo faz é quem
Nas lides do vai-e-vem
As coisas simples acata,
Não troco as pratas da Prata
Pelo ouro de ninguém.