segunda-feira, 5 de março de 2012

VAQUEIRO BOM (Rômulo Nunes)















Uma corda amarrada por um nó,

Ensebada com sebo de carneiro,

Um cachorro que atende por trigueiro,

Pra que possa peitar o mororó

Enfrentar qualquer tipo de cipó,

Chuva, fome, escuro e precipício;

Sentencia toda hora seu suplício

Pra ganhar sua parte do quinhão

Cuida bem do gado do patrão

O vaqueiro que sabe seu oficio.


Dar um banho cedinho no cavalo

Cortar crina, limpar e casquear

Botar forro preparando pra selar

Não deixar que machuque e vire calo

O animal que merece seu regalo

Porque juntos praticam seu oficio

Enfrentando a luta e o sacrifício

Que encontra em sua profissão

Cuida bem do gado do patrão

O vaqueiro que sabe seu oficio.


campear com prazer toda boiada

ter coragem de enfrentar mandacaru

no momento que ver um urubu

revoando em área demarcada

na certeza de ver a rês deitada

tendo assim pensamento fictício

se orienta ao ver qualquer bulício

de uma vaca lambendo a criação

Cuida bem do gado do patrão

O vaqueiro que sabe seu oficio.


Sem temer encarar mata fechada

Num cavalo que monta na carreira

Pega a vaca, põe no chão, cura a bicheira

Enchocalha e a deixa mascarada

No curral tranca e deixa separada

Para ver cicatrizar este orifício

Afazeres que trata como vício

Nas fazendas que existem no sertão

Cuida bem do gado do patrão

O vaqueiro que sabe seu oficio.