quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SEVY FALCÃO (Norma Nunes)












“Eis a sonoridade que acabou”, deixando Monteiro entristecida, pois as cordas do seu coração se romperam e interromperam as cordas sonoras do seu violão.

Sevy deixou o legado da sua arte de violinista, atrelada a do cronista. Sua palavra também emudeceu, mas nos seus escritos ficaram as recordações das suas emoções vividas e também da voz que vibrava nas entrelinhas das suas crônicas quando se elevava em favor de sua terra.

Sevy, agora tocará em outra esfera, mas a suavidade de sua música chegará sempre no coração da sua gente, em forma de saudade.

AMOR PERFEITO (Pedro Rômulo Nunes)










Recordei nosso amor que é tão perfeito,

Registrei no porão de minha mente!

Seu cabelo voando lentamente

E seu rosto encostado no meu peito.

Toda noite dormia desse jeito.

Dessa forma a vi, pura e singela.

Eu pintei esse quadro na aquarela,

Para assim moderar minha ansiedade.

Quando sinto os impulsos da saudade,

Faço versos de amor pensando nela.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SEVY FALCÃO PARTIU (Por Pedro Nunes Filho)


















SEVY, li teu último artigo –O DIA DO ORGULHO?...– datado de 18 de agosto de 2011. Belíssimo texto! Nele, como em tudo o que fazias, pulsa a força do teu gênio e por trás dele, equilíbrio, tolerância, respeito às singularidades, defesa das liberdades individuais, ausência de preconceitos, compreensão da condição humana, realismo, acolhimento do outro, franqueza nas opiniões, humanismo, plena aceitação das diferenças, perspicácia de olhar, visão do mundo, inteligência, amor às artes, desprendimento, amizade, doçura, fineza, decência, paixão por tua terra e por teu povo, riqueza de linguagem, apreço à escala de valores, defesa intransigente das artes, exemplos de vida e atitudes éticas, sobras de bondade, exercício do perdão, humildade, afeto, sensibilidade, amor ao semelhante, solidariedade, talento literário e artístico, humor, alma de boêmio e seresteiro, cultura, simplicidade e sabedoria!

Esse rico conjunto de atributos ainda é pouco para descrever a tua dimensão humana.

De repente, partistes, sem tempo para dizer adeus aos parentes e amigos.

Aqui estamos todos nós, familiares, amigos e admiradores, mudos e com os olhos molhados de saudade. Continuaremos ouvindotua voz nas cordas de teu violão, que haverá de tocar para sempre na planície vazia de nossa imensa saudade!

NINHO DE AMOR (Pedro Rômulo Nunes)












Eu que sou prisioneiro do amor,
Dependente de ti a cada dia,
Mas, sabendo que tudo é utopia
Existente no meu interior.
Eu não passo de um pobre sonhador
Recebendo esses tiros de festim,
Mas, me sinto contente mesmo assim,
Toda vez que reparo em seu semblante.
Seu olhar atrativo e penetrante
Fez um ninho de amor dentro de mim.

SAUDADE (Zé Adalberto)



















Quando aquela saudade impaciente

Me coloca no leito do seu colo
Minhas pernas não sentem mais o solo
Minha alma flutua intensamente
Fecho os olhos, lhe vejo em minha frente
Se despindo pra mim e eu pra ela
Parecendo uma cena de novela
Mas, no fundo, acontece de verdade
Quando sinto os impulsos da saudade
Faço um verso de amor pensando nela.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

TAPEROÁ TRABALHANDO NOS PROJETOS PARA O ENCONTRO DOS POVOS DO CARIRI












Jornalistas paraibanos serão recebidos neste sábado (27), em Taperoá para conhecer o projeto da segunda edição do Encontro dos Povos do Cariri. Eles serão recepcionados pelo prefeito Deoclécio Moura, que mostrará os locais onde acontecerão as apresentações, reuniões, torneios e expofeira.

Os profissionais da imprensa sairão do escritório do Sebrae em Campina Grande, às 08h00, com destino a Taperoá, onde chegarão por volta das 10h00, e terão informações sobre os preparativos da cidade para o evento.

Logo em seguida, os coordenadores do Encontro dos Povos do Cariri, Rosa Maria Correia e Arnaldo Júnior, farão a apresentação do projeto, detalhando o evento, mostrando ainda a sua importância para a região do Cariri, e seus 31 municípios. “A diversidade será uma marca do Encontro dos Povos. Os municípios terão a oportunidade de apresentar o que cada um tem de melhor, apresentando ao público suas peculiaridades, como o artesanato, as danças, as comidas”, frisou Rosa Correia.

Com o tema Integração Regional e Meio Ambiente, o Encontro dos Povos do Cariri acontecerá nos dia 3, 4, 5 e 6 de novembro, com expofeira, mostra de artesanato, mostra de turismo, mostra gastronômica, produção agroecológica, mostra de produtos agropecuários, mostra literária, salão de artes plásticas, festival de forró do Cariri, encontro de violeiros e cordelistas, teatro, dança, cinema, corais, encontro de caminhadas da natureza, encontro regional de prefeitos, de vereadores, encontro de secretários municipais de turismo e cultura, de educação, de saúde, de primeiras damas, 1º Encontro de Agroecologia do Cariri, além de mostra de bandas e fanfarras, torneio de futsal, futebol de campo, torneio de argolinha, entre outros.

CHORANDO, LEVANDO PONTA, BEBENDO CANA E ROENDO (GOGA MONTEIRO)




Esse adorno impopular,
Tão deprimente e imundo,
Eu jurava a todo mundo
Jamais na cabeça usar. Mas ela, ao me ouvir jurar,
Deu-me esse golpe estupendo
Que me fez ficar sofrendo
Mil por cento além da conta,
Chorando, levando ponta,
Bebendo cana e roendo.
Mulher depravada e louca,
Cadê o seu compromisso?
Por que você me fez isso,
“Infeliz da costa oca?”
Eu, que nunca andei de “touca”,
Hoje estou andando e vendo
Que as galhas que vão nascendo
Me deixam de cuca tonta,
Chorando, levando ponta,
Bebendo cana e roendo.
Enquanto a peste empeçonha
Nosso amor que eu zelei tanto,
Eu vou procurando um canto
Pra me esconder com vergonha… Mas a dor é tão medonha
Que enquanto estou me escondendo
Ouço outro “corno” dizendo,
Com voz que me desaponta:
“Vou morrer levando ponta,
Bebendo cana e roendo”.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

JUMENTO VELHO (Eloi Davi)




Este animal que trabalha,
Mas, pouca gente lhe zela,
Quando um lhe tiram a cela,
Outro bota-lhe a cangalha
Carga de capim ou palha,
Só bota nele pesada!
O dono dá-lhe lapada,
Eita! cidadão malvado,
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.
Trabalha pra seu patrão,
As vezes passando fome,
Cada um lhe dar um nome:
Jegue, jerico, gangão!
Que o jumento é nosso irmão,
É palavra muito errada,
Carrega uma cruz cravada
Mas, nunca foi batizado!
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.
Para Maria e José,
De transporte ele serviu,
Mas, quando a virgem caiu,
Os dois viajaram a pé.
A virgem de Nazaré,
Já se encontrava cansada,
Sentou-se a beira da estrada,
O fez amaldiçoado.
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.
Quando já não pode mais
Trabalhar que a foça esgota,
Mesmo não podendo bota
Na cangalha dois costais,
E o dono vai atrás,
Acompanhando a passada,
Sofrendo e dando topada,
Ele bate no coitado.
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.
Depois de muito janeiro
O dono lhe dar desprezo,
O tira de seu revezo,
O solta no tabuleiro.
Relinchando no terreiro
Onde foi sua morada,
Deita no pé da calçada,
Recordando seu passado.
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.
Trabalhou para seu dono
Nas horas que precisava,
Muitas vezes trabalhava
Passando noite de sono.
Hoje está no abandono
Com a pata calejada,
Concluiu sua jornada,
Nunca foi recompensado.
jumento velho cansado,
trabalhou sem ganhar nada.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

VIOLEIROS












Zé Maria e Zé Rosa, são dois irmãos nascidos e criados na Serra do Gabriel, zona rural de Prata PB. Matutos de pé de serra como como chamamos, vivem de agricultura familiar e nas horas vagas fazem um baião de viola em toda região do Cariri. Apesar de matutos e humildes, suas desenvolturas para se apresentarem e também suas inspirações poéticas e repentistas são de excelente qualidade. Tive a oportunidade de assistir a uma peleja entre os dois e fiquei entusiasmado com a capacidade de fazer versos tão bons.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011












Lá no Carneiro é assim!

Se ver na estrada de barro,

bezerro puxando um carro,

Para trazer cheio de capim,

É Pierre de Pedim,

Cuja luta principia,

Vendo a cocheira vazia,

Vai buscar de qualquer jeito

No terreiro da casa do meu peito,

Nasce um pé de saudade todo dia.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O HOMEM QUE BRIGOU COM SATANÁS













Mário Eugênio, nasceu na região do Carneiro, zona rural de Livramento PB, estudou na escola Estadual do Carneiro, foi excelente jogador de futebol, Bonito, namorou com quase todas donzelas que apareciam em sua frente. Como todo garanhão que existe na face da terra, tem uma fêmea para atraí-lo e tornar-se preferida e Com Mário Eugênio não foi diferente. Certa ocasião apaixonou-se por uma garota chamada Corrinha, que morava na região da Batalha, sítio que ficava mais ou menos há 5 quilômetros de distância do Carneiro. Ia à pé todos os domingos, no entanto, com o passar do tempo, a paixão foi aumentando, ele então, passou a frequentar a casa dela todas as noites, ocasião em que pediu sua mão em casamento. Numa dessas idas, quando voltava mais ou menos ás dez horas da noite, ele deparou-se com um homem estranho que saía de dento do mato em sua direção, Mário Eugênio muito disposto e destemido, sacou sua faca de dez polegadas e começou a empurra-lhe sem titubear, acontece que jamais conseguiu alcançar o tal indivíduo que segundo ele, pulava feito macaco, totalmente preto e olhos de fogo que brilhavam na escuridão, não tendo mais forças para lutar, então gritou: ”quem pode mais de que Deus”, em seguida correu até a residência mais próxima que pertencia ao Sr. Zenádio, ele o recebeu e o deu dormida. No dia seguinte ao ocorrido, apesar de nada ter dormido, Mário Eugênio levantou-se cedinho e foi com o Sr. Zenádio averiguar o local para tirar suas conclusões. Ao chegarem lá, encontraram apenas as pegadas dele por varias partes da estrada e nem um vestígio do desafeto. Foi então que Mário Eugênio começou a passar mau e desmaiou. Hoje, vive tomando cachaça por lá e conta a todos que brigou com o satanás e /ou o coisa ruim.