sábado, 30 de julho de 2011

CURURU










"Admiro o cururu

Mas lindo ele não tem nada.

O coro não dá bainha,

O bucho não dá buchada,

O sangue não dá chorísco,

O leite não dá coalhada".

quarta-feira, 27 de julho de 2011

NO TERREIRO DA CASA DO MEU PEITO, NASCE UM PÉ DE SAUDADE TODO DIA


















PEDRO NUNES

Vi riachos descendo apressados
De chapadas, de vales e baixios
Carregando nas águas para os rios
O adubo das terras do Sertão
Uma rosa infeliz que foi ao chão
No tumulto das águas fenecia
Cada pétala vermelha que caía
Me deixava inda mais insatisfeito
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.


RÔMULO NUNES

Se a cauã agorenta não mais canta,
Sertanejo já fica preparado,
Tira logo os bichos do roçado
E aguarda ansioso a chuva santa.
seu depósito só tem milho de planta,
Resultado de sua economia
Tem feijão, jerimum e melancia
E um semblante alegre e satisfeito
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.


PEDRO NUNES

Os enfeites na casa de um vaqueiro
São as botas, perneiras e jibão,
Um chocalho com o ferro do patrão,
Uma peia, uma corda, um peitoral,
Nos dois loros estribos de metal
Passadores, fivelas, prataria,
Uma sela com boa montaria
Para homem nenhum botar defeito
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.


RÔMULO NUNES

Reviver o lugar que fui criado,
É para mim o desejo principal,
Esquipar em cavalo de pau,
Ossos velhos que eu tinha como gado,
Um peão com ponteira bem pesado,
Que eu jogava com muita maestria,
São brinquedos que eu tinha alegria,
Nem queria saber por quem foi feito,
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.


PEDRO NUNES

No alpendre da casa onde eu morava,
Ouvi muitas histórias de vaqueiros,
De cruéis e terríveis cangaceiros
Que infestavam as estradas do Sertão
Foi Silvino, depois foi Lampião,
Atacando na hora que queria
E apesar do perigo que havia
Para idoso, mulher e homem feito,
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.

RÔMULO NUNES

Bem sentado na calçada ou na cadeira,
Lá ouvia as estórias de trancoso
Sem dormir eu ficara bem medroso,
Mesmo assim não parava a brincadeira,
Quebra-pau, futebol, barra-bandeira,
Esconder, pular corda e academia,
Era assim que a vida me fazia,
Um garoto alegre e satisfeito,
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.

PEDRO NUNES

Os vaqueiros famosos foram tantos
Nas caatingas fechadas do Sertão
Vi Cazuza, Ribinga e Militão,
Vi Charuto, Zé Mago e Oliveira,
Severino, Eugênio e Quixabeira,
Otaviano, Ricardo e Ventania
Eram homens de muita valentia
Para as lutas do campo e do eito
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.

RÔMULO NUNES

Eu queria viver na natureza,
Pra sentir o cheiro da neblina,
Vendo o açoite do galo de campina,
Bem alegre a voar com sutileza.
O xexéu e o concriz, quanta beleza,
O tatú, o preá, peba e cutia
Caçador que atira, é covardia,
Sem amor, insensível e sem respeito,
No terreiro da casa do meu peito
Nasce um pé de saudade todo dia.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

MATRIMÔNIO



















Há vinte e sete anos atrás, eu fui abençoado com o matrimônio do casamento. fiz esta poesia para o grande amor de minha vida:
Tenho em mim para ver eternamente,
seu retrato na cor mais colorida
é a prova que você é preferida
e o quanto te amo intensamente.
Um amor que já vive na corrente
morador desde o século passado,
alojou-se e ao sangue foi colado,
procurou todo corpo percorrer,
dele cuido, nunca deixarei morrer
porque sempre estarei apaixonado!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O CARRÊRO DE ZÉ DA LUZ































Meu patrão, eu fui carrêro.
Eu carriei muito tempo
Nas istrada do sertão.
Ainda vivo iscutando
Aquéla musga sodósa,
Do meu carro véio, cantando
Pela boca dos cocão!
Meu carro foi istimádo.
Foi cunhecído e invejado,
Praquê dizer qui num foi?
Entonce, as junta de bôi.
O “Mimoso”, o “Pintadinho”,
O “Bargado”, o “Bêja-flô”.
Êsse boióte afamádo
Qui eu recebí de presente
Do difunto meu avô?
Eu nem gosto de alembrá.
Aquilo que a gente tem
Qui istima e qui qué bem,
Quando perde, se alembrando
Tem vontade de chorá!
Agora vêja o sinhô:
Êsses bôi mi cunhicía.
Tudo quanto eu mandásse
Fazê , êsses bôi fazía.
Munta gente inté dizía
Qui eu tinha “pauta” cum o cão.
Mas porém, não tinha não.
Sabe o qui éra, patrão?
Éra um “jeito” ispiciá
Qui eu tinha prôs animá,
Qui mi dáva o ganha-pão.
Éra o cumê, a ração.
Dispôis qui vinha dos mato
Arrastando as muedêra,
Ía catá carrapato
E curá os arranão,
Prá num virá im bichêra.
Os boi qui mi cunhicía
Tudo isso agradicía!
Hoje tô véio, cansádo,
Já puxando pêla idade,
Vivendo do meu passádo
E ruminando a sodade!
“bargado” morreu de véio.
“bêja-flô” tombém morreu,
Pruvía de uma dentada
De uma cobra cascavé.
O “Mimoso” e o “Pintadimho”
Ofiricí de presente
Ao fío do coroné.
Agora o carro, patrão,
Prá eu num vê desonerádo
Púr esses carro, intiádo
Da tá civilização,
Ofiricí numa noite,
Numa noite brasilêra,
Queimado numa fugêra
Im lovô a São João!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

SÃO JOÃO NO SÍTIO CARNEIRO











O Sítio Carneiro neste ano, teve muita animação, toda população da ribeira estava muito contente com as regularidades das chuvas, perspectivas de lucros para o sustento de suas famílias. Esta situação fez com que as pessoas da região organizassem uma festa para todas as gerações. O pequeno Bruno, vestiu-se á caráter e destacou-se com sua desenvoltura para dançar e festejar o São João.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O PRÍNCIPE







Este sapo já foi eleito o príncipe do sítio carneiro, após uma noitada em busca de insetos de todo tipo, atraídos pela luz elétrica, o garoto recolheu-se, subiu na boia e aportou-se no espaço reservado para copos fazendo-o de trono.

domingo, 17 de julho de 2011

RIO PARAÍBA




























O Rio Paraíba está com seu volume alto devido ás chuvas que caíram no estado nos últimos três dias, destruiu a ponte de Itabaiana e alagou as áreas ribeirinhas, do alto da ponte da BR-230, fotografamos parte de seu alagamento.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ARAPÚCA















A arapúca armadilha feita de pau fino, em forma piramidal, à medida que sobe diminui o tamanho dos paus, era usa da para pegar passarinhos: ribaçã, galo de campina, cancão e muitos outros. Arapúca também é sinônimo de instituição de crédito, seguros ou sorteios mal afamados, assim como os arapuqueiros enganam aves inocentes, eles fazem armadilhas para enganar pessoas inocentes.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CACIMBA


A cacimba é um reservatório de água, feito em terreno arenoso, alimentado por uma veia que repõe à seu nível toda vez que a água é retirada. Muito usada no Cariri Paraibano nos tempos de sêcas prolongadas, pessoas e animais usam essa água para beber, fazer limpezas e higienes pessoais.
O poeta Zé da luz, fez uma linda poesia falando da cacimba:


"Ta vendo aquela cacimba
lá na bêra do riacho,
im ríba da ribancêra,
qui fica assim, prú dibáxo
de um pé de tamarinêra?

Pois, um magóte de môça,
quáge tôda manhãzinha,
fóima, assim, aquéla túia,
na bêra da cacimbinha
tomando banho de cúia!

Eu não sei, pruquê razão,
as águas déssa nascente,
as águas que alí se vê,
tem o gôsto diferente
das cacimba de bêbê...

As água da cacimbinha
tem o gôsto mais mió
nem salgáda, nem insôça...
tem o gôsto do suó
do suváco dessas môça...

Quando eu vejo éssa cacimba,
qui ispio a minha cára
e a cára torno a ispiá,
naquélas águas quilára
pégo logo a desejá...

...Desejo praquê negá?
desejo sê um caçóte,
cum dois óio dêsse tamanho!
prá vê aquêle magóte
de môça tumando banho!!"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

MANDACARU
















O mandacaru (Cereus jamacaru) é uma planta da família das cactáceas, muito abundante no Cariri Paraibano. Nos tempos de sêcas prolongadas os agricultores da região salvam seus rebanhos da fome usando-o como alimento. O processo se faz cortando suas galhas, fazendo a queimagem do espinho, após esfriar, corta-se em pequenos pedaços para a alimentação do rebanho.

terça-feira, 12 de julho de 2011

JUCÁ
















O jucá (Caesalpinia ferrea) árvore encontrada no Cariri Paraibano, destaca-se pelo peso e rigidez de sua madeira. A polícia usava para fazer cacêtete, os quais, amedrontavam desordeiros e brigões da região. As lente do "sitiocarneiro" captarem lindas imagens de sua reprodução.

domingo, 3 de julho de 2011

A beleza do sertão do cariri paraíbano

Os poetas José Mauro de Alencar (Júnior do Bode) e Pedro Rômulo Nunes, inspirados, escreveram belas poesias.

MOTE:
Por isso eu quero mostrar
que o sertão só tem beleza.

Pedro Rômulo Nunes

Fui na Fazenda Carneiro
Festejar um São João
Dancei forró e baião
Brinquei noite e dia inteiro
Vi que este povo festeiro
Tem no pé toda destreza
Espanta toda tristeza
existente no lugar.
Por isso eu quero mostrar
Que o sertão só tem beleza.

Não jogue conversa fora
Aproveite o que se diz
Venha com nós ser feliz
Visite fauna e flora
Que a felicidade aflora
Nas brisas da natureza
Se levita com certeza
Sentindo cheiro do ar
Por isso eu quero mostrar
Que o sertão só tem beleza.

Júnior do Bode

Descortinando os segredos
Que tem minha região
De fácil interpretação
E gerou muitos enredos
Que não se contam nos dedos
Mas se guarda com firmeza
Na memória da certeza
Vive a frutificar
Por isso eu quero mostrar
Que o sertão só tem beleza.