Pedro Nunes:
Quando eu passo no terreiro
De uma fazenda no Sertão
Que não vejo no oitão
O cavalo do vaqueiro,
Um carro sem o carreiro,
As portas com taramela,
Uma trave em cada janela
Uma porteira quebrada
É triste uma casa fechada
se o dono não mora nela.
Pedro Rômulo Nunes:
Não há bode no chiqueiro
Marimbondo faz morada
Alguma telha quebrada
Não aparece um herdeiro,
Sem galinha no poleiro
Muito mato em torno dela,
Perdendo a cor amarela
Da pintura da fachada.
É triste uma casa fechada
se o dono não mora nela.
Pedro Nunes:
A aba daquela serra
Foi lugar de produção,
Milho, cana e algodão,
Queijo e manteiga da terra,
Nenhuma vaca mais berra,
O curral sem a cancela
É um sinal que revela
A fazenda abandonada,
É triste uma casa fechada
Se o dono morar nela.
Pedro Rômulo Nunes:
Uma porção de fruteira
Tinha por traz da barragem
E a farra da moagem,
Em época rapadureira,
A garapa na lareira
Forma, tachada e gamela.
vinha garota donzela
com toda rapaziada.
É triste uma casa fechada
Se o dono morar nela.
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