quarta-feira, 4 de julho de 2012

SERRA DE SÃO GONÇALO (Pedro Nunes)

Esta foto mostra uma paisagem típica das caatingas sertanejas. Na lente de Pedro Rômulo, a Serra de São Gonçalo, imensa, majestosa, coberta por um céu infinitamente azul, bordado de nuvens brancas. No desvão imenso que a vista alcança, outras serras sobranceiras mostram-se ao longe. Elas fazem parte do Planalto da Borborema que começa no Rio Grande do Norte, atravessa Paraíba, Pernambuco e chega até a uma pátria bem distante chamada Ceará. Clima ameno, mais para fio. Vegetação serrana: macambiras, caroás e cactos agarram-se às rochas, de onde sugam gotas de água indispensáveis à sobrevivência da flora caducifólica. Juritis, asas-brancas, canários-amarelos, galos-de-campina e sabiás, em permanete orquestração, escondem-se nas copas de velhas baraúnas, que desafiam as estrelas, aroeiras gigantes, umburanas e cumarus seculares. Em toda parte, o cheiro de terra molhada pelo orvalho da madrugada mistura-se ao perfume de fores silvestres de todas as cores e tamanhos. Formigas, formigões e embuás caminham em muitas direções. Abelhas melíficas sem ferrão sugam o néctar das flores. Pebas, tatus, mocós, camaleões, tejus, gatos mirins e açus, pintados, vermelhos, azuis, raposas de caudas flocadas e guarás, velozes como o vento, cruzam veredas, feito fossem vultos, sem ser. Cascavéis, jararacas e jiboias arrastam-se pelo chão em busca de suas presas. Caatingas imensas, vastas como um Reino e bioma único dessa espécie no globo terrestre pedem proteção para sobreviver. Minha alma mora nesses desvãos imensos. E a sua?

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