sexta-feira, 10 de junho de 2011

Boi de carro do saudoso poeta Jansen Filho
















Há muito tempo aquele boi padece.
Levando aquele carro tão pesado!
Seu própio dono não se compadece
de vê-lo triste como um desgraçado!

Num mar de pranto, onde o tormento cresce,
pelas mãos dos perversos foi jogado!
Flor do heroísmo que desaparece,
nos abísmos das cinzas do passado!

Enquanto geme carregando a canga,
a humildade, com certeza, manga,
por vê-lo padecer com tanta calma!

Só eu lamento o seu sofrer medonho
porque também carrego, assim, tristonho,
um carro de iluzões chorando n'alma!

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