domingo, 5 de junho de 2011

A COBRA DO TEIXEIRA (do Livro Sertão de Beiradeiro de Zelito Nunes)

A serra do Teixeira, que dá nome a cidade da Paraíba, faz parte da cordilheira da Borborema e abriga no seu platô a cidade de Teixeira, terra de poeta, terra de meus ancestrais da família Nunes.

Do topo da Pedra do Tendol, a gente avista a cidade de Patos, uma bela cidade no vale das Espinharas, uma das cidade mais quentes, pela sua localização geográfica e também uma das mais bonitas do Estado.

A serra do Teixeira concentra mistérios e lendas indígenas que até hoje não foram desvendados até porque a sua vegetação formada de resquícios de Mata Atlântica, fica praticamente impenetrável durante todo o tempo.

Os mais antigos contam que onças enormes atacavam os currais vizinhos e subiam a cerra arrastando bois enormes pela patas traseiras.

Marcolino falava de uma cobra muito grande, que morava numa loca no pico da serra e só descia uma vez por mês pra beber água e pegar garrotes que pastavam no vale.

- Diziam que no rastro que ela deixava passava um carro de bois e ainda sobravam rastros pros lados.

Um dia, os caçadores da região resolveram enfrentar o monstro e a notícia se espalhou até nos estados vizinhos, de onde vieram os mais valentes e exímios atiradores.

Já durava uma semana o tiroteio em cima da serra, sem que ninguém

conseguisse matar aquele dragão sertanejo.

Foi quando uma pessoa deu um palpite:

- Isso aí só tem jeito – com seu Vicente, um velhinho caçador de Monte Orebe lá na divisa com o Ceará,

Lá vai o recado para seu Vicente, que uma semana depois chega com uma lazarina, um bornal velho e dois cachorrinhos vira-latas.

- “Amanhã, eu quero sair ainda de madrugada véia, no escuro, que é hora boa de matar cobra”.

Foi dormir e, logo de madrugadinha, quando os passarinhos ainda dormiam, tomou o rumo da serra que, de tão alta, só quando deu meio dia é que ele chegou no meio dela.

De repente começou a ouvir tiros e, preocupado, apressou o passo, quando cruzou com dois caçadores de serra abaixo, em desabalada carreira.

Meu Deus, perdi minha viagem, já estão atirando na cobra!

- Nisso, um dos caçadores ainda teve tempo de gritar:

- Tão não, meu amigo, esses tiros que o senhor tá ouvindo, não é tiro não, é a cobra batendo as pestanas!

10 comentários:

  1. Respostas
    1. Quero a resposta como narrador do texto sobre da história da comida de Teixeira ele ouviu a história ou leu sobre ela que trecho do texto comprova isso

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    2. Muito legal o texto parabéns

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  2. Qual é o momento mais tenso da história?

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  3. Como o narrador do texto soube da história da cobra de Teixeira?ele ouviu a história ou leu sobre ela?Que trechos do texto comprovam isso?

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  4. Zelito Nunes, você, como um dos Nunes da Costa de Teixeira, pode tentar conhecer a Árvore Genealógica dessa família, no site FamilySearch.org. Se tiver sucesso, como eu tive, poderá contribuir para a atualização dos dados ali registrados, se dispuser de informações atualizadas.

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